segunda-feira, 20 de junho de 2011

Largo de Camões

Luiz Vaz de Camões,era filho único de Simão Vaz de Camões, e de sua mulher D. Ana de Sá e Macedo, filha de Jorge de Macedo e aparentada com a casa de Vimioso, terá nascido no ano de 1524.
Aos 20 anos, em 1544, encontrou-se pela primeira vez na igreja de Santa Cruz de Coimbra, nas festas da Semana Santa, com D. Catarina de Ataíde, dama da rainha D. Catarina, filha de D. António de Lima, mordomo-mor do infante D. Duarte, e deste encontro nasceu a ardente paixão, que lhe devia ser bem fatal.Os amores do poeta com D. Catarina de Ataíde descobriram-se talvez por melindres de outras duas damas de igual nome.
Como soldado, integrou a tripulação das armadas que patrulhavam a zona do Mar Vermelho e do Golfo Pérsico. Em 1555 encontramo-lo nas ilhas Molucas e dois anos depois em Macau, onde foi provedor dos defuntos e ausentes. Em 1560 regressou a Goa, onde esteve preso durante algum tempo, vítima de vagas acusações. Anos depois procura voltar a Portugal, mas em 1567 (1568?) Diogo do Couto encontrou-o retido em Moçambique, pobre e sobrevivendo com a ajuda de amigos.
Só em 1569 consegue regressar a Lisboa, tendo publicado em 1572, o poema épico “Os Lusíadas” em que conta toda a história de Portugal até ao seu tempo tendo como base a viagem de Vasco da Gama à India.
Como retribuição pelos serviços prestados na Índia e pela redacção da epopeia nacional, D. Sebastião atribuiu-lhe uma tença anual de 15.000 reis.
Morre em Lisboa em 10 de Junho de 1579 quando a peste assola Lisboa.
Num quarto escuro, Camões estirado na cama. Tem muita febre e já ninguém duvida que é mais uma vítima da doença. O seu corpo é sepultado fora do cemitério do Convento de Santana, os seus restos mortais serão muito mais tarde depositados no Mosteiro dos Jerónimos .

Largo Dom Sancho I

Segundo Rei de Portugal. D. Sancho I era filho de D. Afonso Henriques e de Dª. Mafalda, nasceu em 1154 e ainda não tinha 14 anos de idade quando tomou parte na batalha de Arganhal, capitaneando o exército Português contra o Rei de LeãoDesde muito cedo se iniciou como chefe militar pois logo aos doze anos chefiou uma expedição à Cidade de Rodrigo em Espanha e aos dezasseis passou a colaborar no exercício do poder politico.Casou em 1174 com Dª Dulce de Aragão, irmã de Afonso, Rei de Aragão.Em 1178 penetrou em território Mouro à frente de um exército de 12.000 homens até à vista de Sevilha, e sobre eles obteve um glorioso triunfo.Por morte de seu pai, empenhou-se em promover a paz, faz guarnecer as muralhas funda vilas e Aldeias prepara e ocupação territorial, pelo que subiu ao trono com o cognome de “O Povoador” ou “Pai da Pátria”Morreu em Coimbra aos 27 dias de Março de 1211

Praça Serpa Pinto

Alexandre Alberto da Rocha de Serpa Pinto, nasceu no ano de 1846, viajou pela primeira vez para a África em 1869 numa exploração ao Rio Zambeze, como técnico para avaliar a rede hidrográfica e a topografia local.

Em 1877 voltou a Angola onde explorou toda a costa oeste, partindo de Benguela, com Roberto Ivens e Hermenegildo Capelo, dos quais se apartou iniciando sozinho a travessia desde a bacia do Rio Congo, Zambeze, Angola, Zâmbia até à África do sul onde terminou em 1879.

A viagem de Serpa Pinto tinha como objectivo, o reconhecimento do terreno e efectuar o mapeamento do interior do continente Africano, a fim de preparar a entrada de Portugal na discussão em Berlim sobre a ocupação efectiva do território, reclamando Portugal a região que unia Angola a Moçambique o que ficou para a história conhecido pelo (mapa cor-de-rosa)

Esta travessia, granjeou a Serpa Pinto, a aura de herói nacional quando as conquistas dos Portugueses já não passavam pelas descobertas marítimas, agora eram também as descobertas das selvas e savanas em África.

Foi por três vezes deputado pelo Partido Regenerador (ala direita do Partido Monárquico) Consul-Geral em Zamzibar e Governador-Geral de Cabo Verde em 1894. Ajudante de Campo de D. Luis I e de D. Carlos, este concedeu-lhe o titulo de Visconde de Serpa Pinto.

A actual vila de Menongue no sudoeste de Angola, foi chamada de Serpa Pinto até 1975.

Rua da República

Republica é uma forma de Governo no qual o chefe do Governo é eleito pelos cidadãos ou pelos seus representantes e cuja chefia tem um tempo limitado. A origem deste sistema político está na Grécia e Roma antiga. Faziam parte da Republica sendo a mais alta instituição o Senado ou Conselhos de Ansiãos, uma assembleia politica, verdadeiro centro do Governo. Em Portugal o movimento revolucionário de 5 de Outubro de 1910, não foi um acto de surpresa como muits vezes se dá a entender mas sim uma natural sequência da acção politica do Partido Republicano que desde 1876 vinha desenvolvendo. As grandiosas comemorações do 3º. centenário da morte de Camões em 1880 e o "Ultimatum" inglês, de 11 de Janeiro de 1890, e o previsto acordo da Monarquia em entregar as terras entre Angola e Moçambiue, (base do celebre Mapa cor-de-rosa) foram o rastilho para a revolta que então surgiu. A primeira revolução eclodiu no Porto no dia 31 de Janeiro de 1891 seguindo-se-lhe uma grave crise económica, com o desaparecimento do ouro e o consequente aumento dos impostos em 1892. Radicalizavam-se as posições ou Republica ou Monarquia mais ou Catolicismo ou Livre pensamento.Chegava ao fim o reinado de D. Luis e o preço foi pago por D. Carlos, com o regicidio levado a efeito no dia 1 de Fevereiro de 1908, em que além do rei morreu também o principe herdeiro D. Luis Filipe, às mãos de Alfredo Costa e Manuel Buíça. A revolução armada começa no Regimento de Infantaria 16 a que se lhe junta a Artilharia Um, indo instalar as tropas na Rotunda às 9 da manhã do dia 5 de Outubro de 1910, depois da saída para o exilio de toda a familia real, foi proclamada à varanda da Câmara Municipal de Lisboa o novo regime ou seja a Republica, por entre os vivas gritados pelo povo.

Rua do Jogo da Bola

Jogos com bolas haverá muitos mas é o futebol que até hoje é apelidado de “Desporto Rei”

Existem referências relativas a um desporto jogado com os pés em campo rectangular por duas equipas de nove, onze ou quinze jogadores conforme as dimensões do campo, num livro atribuído a Homero “Spheiromachi” (séc. VIII a.C.)

Também há relatos de que em Esparta, cidade Grega, se jogava um jogo com bola feita de bexiga de boi recheada com ar e areia a qual deveria ser arremessada para as metas no fundo de cada lado do campo.

O primeiro registo em terras da Bretanha surge relatado num livro o “Descriptivo Nobilissimo Civitatis Londrinae” Willian Fitztephe 1175, este era no entanto não um jogo mas uma forma de regozijo pela expulsão dos dinamarqueses acontecimento que teve lugar em 1009, sendo Etelredo II Rei de Inglaterra. A bola representava a cabeça dos invasores.

Nas últimas décadas do séc. XIX, jovens britânicos residentes em Portugal trouxeram esta modalidade e diz-se que foi na Madeira, Camacha, que em 1875 se disputou a primeira partida ao que consta no Largo da Achada tendo mais tarde sido erguido um monumento comemorativo.

O grau de popularidade levou ao alastramento desta prática desportiva não só a outras povoações madeirenses, como também ao Portugal Continental.

Foi assim que, tendo Guilherme Pinto Basto, trazido de Londres uma bola, e as regras desportivas, por volta de 1888, teve lugar, primeiro em Cascais 1884. Pouco tempo depois num campo adjacente ao local onde hoje se ergue a Praça de Touros do Campo pequeno, em Lisboa, disputavam-se os primeiros jogos nacionais.

Logo depois várias academias e agremiações aderiram a esta nova modalidade desportiva alcançando a popularidade que hoje todos conhecemos.

Como curiosidade diga-se que o primeiro jogo internacional entre Portugal/Inglaterra, esta foi derrotada por 2-1

Rua Dom Afonso Henriques

Tendo D. Teresa (filha ilegítima de Afonso VI de Leão) e o conde D. Henrique de Borgonha, contraído matrimónio receberam como dote de casamento o Condado Portucalense. Do casal nasceria em 1109, D. Afonso Henriques, logo entregue ao nobre Egas Moniz para o educar à boa maneira medieval ou seja nas artes da guerra e da caça e também às artes de salão. Permanece Afonso Henriques em casa de Egas Moniz até cerca dos seus doze anos e é nesta precoce idade que num gesto de grande simbolismo, se arma a si próprio cavaleiro, em Zamora.

Antes de prosseguir devemos aqui abrir um parêntesis para dizer que alguns documentos existentes sugerem, senão mesmo admitem, sofrer a criança nascida de D. Teresa e do Conde de Borgonha, de raquitismo o que a ser verdade viria desfazer a ideia de um adolescente audacioso e forte quase que um quase gigante não obstante a lenda sobre a sua cura milagrosa, a verdade é que haverá sempre a suspeição da troca da criança régia por um dos filhos de Egas Moniz, da mesma idade.

Mas adiante e o que a história nos conta é que logo no ano de 1128, derrotou na Batalha de S. Mamede o partido da Rainha sua mãe e que 1140 após a Batalha de Ourique tomou o titulo de Rei.

Casou em 1146 com Dª Mafalda, filha de Amadeo III Duque de Sabóia.

Foi senhor de batalhas tanto contra o seu primo Afonso VII de Leão como contra os vários reis Mouros que pelejou, tendo conquistado a maior parte do que hoje é o Território Português, donde se destacam as cidade de Coimbra, Lisboa, Almada, Cintra, Alcácer do Sal; Beja e Serpa, assim como todas as que serviam de barreira à possibilidade reconquista pelos mouros.

Morreu no ano de 1185 em Coimbra


Rua Vasco da Gama

Vasco da Gama, nasce em Sines por volta do ano de 1468, filho ilegitimo de Estevão da Gama e de Isabel Sodré, neto de um fidalgo inglês. Iniciado na carreira eclesiástica recebeu a tonsura* clerical em 5 de Novembro de 1480. À epoca do nascimento de Vasco da Gama, Portugal era já um importante ponto de referência de rotas maritimas. O dia 3 de Agosto de 1497, viria a encontrar Vasco da Gama, à popa do navio S. Gabriel a capitanear uma pequena armada, através de gestos dá ordens de rumar a Sudoeste depois de deixaram a Serra Leoa .

O cabo da Boa Esperança que antes era o das Tomentas, ultrapasa-se a 22 de Novembro, e no dia vinte e cinco de Dezembro fundeiam na costa que hoje é conhecida por Natal.

Depois de aportarem à ilha de Moçambique, a Mombaça e a Melide, partem finalmente rumo à India a vinte e quatro de Abril de 1498, onde fundeiam ao largo de Calecute a vinte de Maio. Estava descoberto o caminho Marítimo para a India. Regressa a Lisboa onde D. Manuel o cumula de honrarias a 29 de Agosto de 1499. Uma segunda viagem terá inicio em 1502. Estabelece acordos comerciais. Regressará ainda à India como Vice-Rei por nomeação real de 9 de Abril de 1524.
Morre na noite de 24 de Dezembro de 1524

Regressa a Lisboa onde D. Manuel o cumula de honrarias a 29 de Agosto de 1499,

*Tonsura: é uma cerimônia religiosa em que o bispo dá um corte no cabelo do ordinando ao conferir-lhe o primeiro grau de Ordem no clero, chamado também de "prima tonsura".

Travessa das Bruxas

Bruxa ou feiticeira? Diz-se que o termo feiticeira era pejorativo e que as bruxas assim designavam aquelas que as tinham denunciado ou traído. O termo Bruxa, embora carregado de conotações negativas, tem a sua génese na palavra bruxaria, ou seja, aquela que pratica uma religião. Religião pagã praticada pelos adoradores da terra, das águas, ou dos astros que acreditvam geriam todo o universo, nasceu esta “religião” dos cultos agrários da Europa pré-Cristã.

Na verdade Jules Michelet, escritor francês de meados do séc. XIX, num livro publicado em 1862, explica que as feiticeiras não são mais que mulheres, conhecedoras do espírito da terra e das propriedades das ervas que nela crescem. Este conhecimento amedrontava pois elas tinham o poder de curar, através de chás e rezas e acredita-se também o de amaldiçoar. Daí que não entendesse e atribuíssem a estas mulheres poderes demoníacos, muito para além dos poderes humanos. Jules Michelet, descreve-nos depois todo o cortejo de horrores de que foram alvo na idade média, mas mesmo quando as mostra nuas e meio-mortas, agarra na nossa mão e põe-na naquele sítio em que logo percebemos que a feiticeira é aquela que distrai Jesus da insipidez dos seus santos: “Deus nos livre – escreveu ele – de vivermos num mundo em que todos os rostos humanos, desoladoramente semelhantes, têm essa igualdade adocicada de convento ou de sacristia.” Não sei se nesta Rua terá vivido alguma Brux, sei apenas que estamos em tempo de compreender a sabedoria destas mulheres já que voltámos a utilizar e cada vez mais, os chás, sucos e xaropes, inalações ou gargarejos com base nas plantas medicinais.